Flávio Paiva é homenageado por sua obra “Flor de Maravilha”, que há anos integra ações educativas no Colégio Santa Cecília

O logradouro da fantasia estava pronto quando cheguei: sol, nuvens, pipas (arraias), flores e muitos brinquedos esperando a hora da brincadeira. As cores vivas do cenário trocavam matizes com vibrantes jogos de luzes. A meia altura, estava lá a placa que denominava graciosamente a essência da cenografia disposta na quadra de esportes: rua Flor de Maravilha. 

 No dia em que fui convidado, a professora Jany Almeida disse que seria uma homenagem prestada a mim pelas quatro turmas do Infantil 5, do Colégio Santa Cecília, mas não adiantou nada para que tudo fosse surpresa. E o primeiro impacto bom que tive foi encontrar aquela rua tão linda com o nome do meu livro “Flor de Maravilha”. 

 Fiquei aguardando o que se passaria naquele lugar, sabendo do capricho com que a escola costuma realizar suas atividades, e dos tantos e tantos anos que os contos e as músicas dessa obra – com a qual fiz a estreia da combinação de literatura e música para crianças – integram a experiência educativa de meninas e meninos que ali estudam. 

 Acompanhadas pelas educadoras Alynne Alencar, Danielle Oliveira, Jany Almeida e Thays Baima, e seus respectivos apoios pedagógicos Gabriellen Lima, Danna Bernardino, Steffany Gomes e Vera Franco, as turmas foram ocupando a quadra do ginásio e, nas arquibancadas, mães, pais e familiares reagiam com afetuosos aplausos. Por toda a festa, o grupo Catavento de teatro infantil intercalou com palhaçaria os números apresentados pelas crianças. 

 A animação na rua Flor de Maravilha, sobretudo quando ao som da voz da cantora Olga Ribeiro, levou-me a dois sentimentos mágicos, graças à apropriação poética da obra pelas crianças brincantes e às novas atribuições dadas aos conteúdos por suas mentes em estado de fluência metafórica. 

 Pensar literária e musicalmente produz formas simbólicas, por meio das quais se desenvolvem os processos de pensamento e maneiras de sentir o mundo. Movimentos, gestos, dança e canto têm importância tanto na orientação das emoções, e na descoberta e fixação de significados, quanto para o desenvolvimento da linguagem. 

 A diretora, Ir. Patrícia Vasconcelos, ressaltou em sua fala que atividades como aquela do projeto “Vamos Todos Criançar” produzem memórias da infância necessárias a todas as idades. A brincadeira na rua Flor de Maravilha será parte das lembranças da infância daquelas crianças. Tudo com o suporte cuidadoso de Ana Priscilla (Ateliê do Movimento), Nayana Araújo e Fernanda Lima (Ateliê Literário) e Patrícia Rocha (Ateliê Musical). 

A confluência das famílias é determinante para esse momento luminoso do Infantil 5, acompanhado de perto pelas irmãs Elda Arruda e Marinilda Santos, pelas professoras Leonilia Souza (coordenadora de ensino), Luiza Hermínia (orientação pedagógica), Priscila Gadelha (psicologia escolar), Sâmia Rocha (orientação de turma) e Andréa Costa e Ana Cecilia Bezerra (apoio à inclusão) e pelo professor Gustavo Filgueiras (educação física). 

Na condição de autor do livro Flor de Maravilha, aquele momento educativo, cultural e imaginativo fez reacender em mim a importância da escola como ambiente de afloração das grandezas humanas e o papel da educação em sua abertura de caminhos que levem a compromissos de amor ao mundo. 

Fonte 
www.rivista.com.br