O Povo – Vida & Arte – 13/03/2002

por Eleuda de Carvalho


Prêmio Jabuti
Em categorias distintas, dois cearenses concorrem à 44ª edição do Prêmio Jabuti de Literatura: Manfredo Oliveira e Flávio Paiva.

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Manfredo Oliveira (com o livro Desafios Éticos da Globalização) e Flávio Paiva (com Flor de Maravilha), concorrem à 44ª edição do Prêmio Jabuti, que será entregue durante a 17ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. O prêmio destaca obras publicadas em 2001, indicadas para 16 categorias

Dois escritores cearenses são finalistas para o Prêmio Jabuti, criado em 1959 pela Câmara Brasileira do Livro (CBL). Na categoria Ciências Humanas, concorre o professor e filósofo Manfredo Araújo de Oliveira, com a obra Desafios Éticos da Globalização. O jornalista e escritor Flávio Paiva é um dos indicados para Melhor Livro Didático, com Flor de Maravilha. O Prêmio Jabuti será entregue na noite de abertura da 17ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que acontecerá entre os dias 25 de abril e 5 de maio, no ExpoCenter Norte.

São 16 categorias contempladas pelo Jabuti, com obras indicadas pelas editoras. No último dia 26, a equipe de julgamento e seleção da CBI listou os dez finalistas por categoria, de um total de 1.700 inscritos. De cada dez indicados, três serão escolhidos pelo júri para a noite de premiação. Todos os classificados para a final concorrem ao Livro do Ano (ficção e não-ficção).

O filósofo Manfredo Oliveira e o escritor Flávio Paiva, cada qual a sua maneira, fazem um “diálogo” pertinente entre suas obras e o público leitor. Em Desafios Éticos da Globalização (edições Paulinas), Manfredo trata questões como liberdade, ética, trabalho, educação e saúde, numa perspectiva planetária. Segundo suas palavras: “A própria configuração do mundo constitui um problema ético para o ser humano. Os problemas fundamentais do nosso tempo dizem respeito à humanidade enquanto tal”.

Já Flávio Paiva fez uma obra destinada especialmente aos professores e alunos das séries fundamentais, mas cuja dimensão ultrapassa o âmbito da escola e o puramente didático (e lúdico), para alcançar a vida. Em Flor de Maravilha (Plural de Cultura), ele reúne texto, letras, pautas musicais e delicadas ilustrações (desenhos de Dim e bordados de Nice Firmeza) para dar novos sentidos aos seus discos Samba-le-lê e Bamba-la-lão, encartados no livro. A brincadeira de roda, os folguedos da infância, solidariedade e criatividade são palavras-chaves de Flor de Maravilha, que deixa a gente com vontade de deixar vir pulando de dentro aquela criança que nos habita, apesar de.

Outras obras indicadas ao Jabuti 2002 reúnem os pesos-pesados Zélia Gattai (na categoria não-ficção, por Códigos de Família), Fernando Sabino (conto-crônica, por Livro Aberto), José Paulo Paes (com Socráticas) e Manoel de Barros (O Fazedor de Amanhecer), ambos na categoria poesia, e o poeta Haroldo de Campos, por sua tradução-recriação da Ilíada de Homero. O Jabuti também concede prêmios para produção gráfica, capa e ilustração. Para saber mais sobre esta edição do Prêmio Jabuti e a Bienal do Livro, acesse a página da Câmara Brasileira do Livro no endereço: www.cbl.org.br.