Tribuna do Ceará – Caderno C, Fortaleza, 09/01/1998

 
A cantora maranhense faz show no Sindicato dos Jornalistas

FAC-SÍMILE 
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A cantora maranhense Anna Torres é a grande atração do projeto Brahma Cultural 6ª Com Art, do Sindicato dos Jornalistas, hoje a partir das 20h30min na sede da entidade, que fica na Rua Joaquim Sá, 545, Dionísio Torres. A promoção que tem entrada franca, começas às 18 horas com o já tradicional happy hour dos músicos Tarcísio Sardinha no violão e Paulinho do Pandeiro.

Já relativamente conhecida do público do Ceará, fez três apresentações em Fortaleza e uma em Canoa Quebrada no ano passado, Anna Torres será acompanhada por músicos conhecidos no cenário nacional do quilate de Paulo Lepetit (baixo), Cesar Botinha, (guitarra), Leandro Pecagnella (bateria), Bocato (trombone), com a participação especial do cearense Elismário Pereira (saxofone e flauta).

No repertório do show de Anna Torres, todas as canções do seu recente CD “Terra do Nunca”, que tem sua voz, sob os auspícios da atmosfera musical de Paulo Lepetit e parcerias de Flávio Paiva. Com Papete, Verônica Nunes, Edvaldo Santana, Rogério Soares, Géo Benjamim, tato Ficher, Bernardo Neto, Kátia Freitas, Cristiano Pinho e Mona Gadelha, além da própria Anna Torres. São elas: “Amor Andança”, “Mestiça”, “Terra do Nuca”, “Elevador”, “Síntese”, “Xote para Sêneca”, “Bolha”, “Azul”, “Volátil”, “Estromboscópica”, “Pessoas” e “Térmico”.

Além delas, uma parceria mais recente de Anna Torres com Flávio Paiva, o reggae “Degrau por degrau”, composição que deu a cantora timbira o título de melhor intérprete do Maranhão , na eliminatória do Canta Nordeste de 97 do seu estado. Atualmente morando no Rio de Janeiro, Anna Torres tem uma voz encorpada de timbre próprio e marcante musicalidade soul-pop, construindo seu alicerce para obter seu devido espaço na música popular brasileira.

Conhecida e muito aplaudida em sua terra natal, Anna Torres estudou teoria e canto popular na Universidade Livre de Música, em São Paulo. Nos dias de hoje, além de sua carreira bastante promissora, com apresentações nas principais casas noturnas cariocas, do nível de Hipódromo Up, a intérprete maranhense também empresta sua voz para alguns jingles publicitários.

Ainda em 1992, quando residia em São Luís, abriu o show “Zona de Fronteira”, do mineiro João Bosco, animou o carnaval em várias cidades do Maranhão fazendo cerca de 40 shows e, no Marafolia, apresentou-se na Banda Eva, da Bahia. Antes do CD “Terra do Nunca”, já havia registrado seu primeiro trabalho solo que leva seu nome e que em 98 está sendo lançado para o mercado francês. Fora de seu estado já se exibiu com Oswaldo Montenegro (São Paulo) e em shows de Sérgio Ricardo (Night Rio’s) e Carlinhos Velz (Jazzmania). Fez shows também o Rio Jazz Club, Mistura Fina e Shopping Grande Rio.

A apresentação de Anna Torres no Projeto Brama Cultural 6ª Com Arte do Sindicato dos Jornalistas ao lado da banda Paulada Na Moleira reflete toda a realidade sonora do CD “terra do Nuca”, pois foram os mesmos músicos que participaram do registro no estúdio. O disco foi viabilizado com o apoio da Lei 12.464, de incentivo à Cultura, através de participação da Teleceará, Café Santa Clara e Senati Berga e é um álbum contemporâneo com visão migrante e urbana dos 500 anos do Brasil.

“Terra do Nuca” faz parte da piracema dessa pulsão contida. Integra o território concreto da probabilidade de conexões provocada pela universalidade da música e pela amálgama cultural, com desprendimento cartográfico do autor, Flávio Paiva, nascido em 1959, em Independência, sertão do Ceará, da intérprete Anna Torres, nascida em 1972, em Lagoa da Pedra, faixa amazônica do Maranhão e do produtor musical Paulo Lepetit, nascido em 1958, interior de São Paulo.