Jornal O POVO – Vida & Arte/Sábado, 02/01/1999
Catando um dedo de prosa, o Vida & Arte pincelou alguns personagens para falar sobre otimismo. Na rua, o dia chuvoso arejou a esperança da gente anônima.
“O otimismo brota em mim como uma espécie de disposição intuitiva, capaz de identificar passagens secretas nos labirintos da arte de viver. Tenho a sensação de que sou otimista de nascença e que, ano após ano, essa atitude vai ganhando múltiplos reforços estimulados pela operacionalização da vida. Sinto-me na pele de um prisma bruto, sempre afoito aos prazeres da luz. Talvez seja da minha vocação acreditar que as coisas estão postas para dar certo, desde que a gente não atrapalhe muito, cultivando preconceitos fora de validade, nem caia nos devaneios de um improvável otimismo absoluto ao remover crostas e renovar energias vitais.
Flávio Paiva – jornalista e compositor