Barbra Brusk – 23/12/2002


“Minha cabeça não está aqui, meus papéis voam, não levanto para apanhar, um fanzine que custou vinte e cinco centavos, outro que não custou nada, é azul, a pasta vermelha, os objetos cortantes, até estes. A saia da moça da capa do Allmanaque, a cartografia, a representação, a sua cartografia, a minha linguagem corporal, o meu mapa, a dobradura que você fez. Vejo o seu pescoço, pedaços do seu braço, suas pernas, seu chinelo comido pelo cachorro, e posso ver sua cabeça através do jornal. Estou ali, incômoda posição, podia estar na rede, jogando serpente no celular, lendo aquele livrinho difícil e insistente que você me emprestou. Você trás o jornal ao colo, lê a coluna do Flávio Paiva (…)”