COMUNICAÇÃO – Boletim Informativo do Colégio Santa Isabel
Ano VII nº2 – Junho de 2008

Chamada:
Flor de Maravilha – 
Infantil 4 se diverte com atividades relacionadas às histórias do livro de Flávio Paiva

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Flor de Maravilha

O “Carneirinho medroso”, “O mistério da rede amarela” e “A menina do pé pulador” foram algumas das histórias que nortearam o dia-a-dia das crianças do Infantil 4 durante o primeiro semestre. essas histórias são parte do livro Flor de Maravilha, do autor cearense Flávio Paiva, e que deu nome ao projeto dessa turminha. “A escolha do Flor de Maravilha se deu pela união das histórias com músicas, o que nos permitiria um leque de possibilidades e sabíamos que as crianças iriam aprovar”, destacou a professora Raquel David.

As professoras acertaram em cheio e a criançada adorou a idéia. A cada dia era trabalhada uma história do livro e sua respectiva música. As atividades ultrapassaram a simples leitura e estimularam a imaginação da garotada. Com a historinha “O diário da bolha teimosa”, as crianças fizeram a festa no pátio, soltando bolhas de sabão. Já com “O menino que deu um pulo no mundo” foi a vez das pipas ganharem o céu.

O projeto conquistou não somente o seu público alvo, mas também as outras professoras da educação Infantil. Marli Mendes assumiu uma turma do Infantil 4 durante o semestre e confessa que já paquerava com o projeto antes de trabalhá-lo com seus alunos. “Estou apaixonada pelo Flor de Maravilha e a cada dia que passa você percebe que os alunos ficam mais envolvidos com as histórias”, conta.

Para a turminha é difícil eleger a história preferida. “Gosto da historinha que tem a borboleta, porque ela voa e eu queria poder voar e ir lá no céu procurar Jesus”, fala entusiasmado, Antônio Perilo, alundo da turma A. “Vi que o capitão rapadura é um verdadeiro herói porque ele deu um picolé de manjericão para o sol”, destaca Saymon Gomes, aluno da turma B.

Outro sucesso do projeto foi o “Baú do Flor de Maravilha”. A idéia surgiu depois do primeiro encontro com os pais e a necessidade de ter um retorno sobre o projeto. Cada criança levou o baú para casa e brincou com os objetos (peteca, bola de gude, amarelinha, pipa, barco de papel, rói-rói etc.) junto com sua família. Os pais ficaram encarregados de registrar esse momento no livro de registro. “No baú queríamos reunir objetos relacionados às histórias do livro e também resgatar as brincadeiras antigas”, explica Raquel.

A culminância do projeto foi realizada dia 13 de junho com apresentações de dança e música. Além da presença, ilustre, do autor Flávio Paiva que foi homenageado pelas crianças.

Um jornalista mergulhado na fantasia infantil

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De casa em casa, o baú do Flor de Maravilha conquistou a todos os familiares dos alunos do Infantil 4. O autor não podia ficar de fora e ganhou de presente, como mesmo denominou, um “bauzão”. Nele, além dos brinquedos já conhecidos pelos alunos, junto estava um livro de registro com os melhores depoimentos dos pais, escolhidos pelas professoras. Flávio Paiva elogiou muito a idéia, mas quem se divertiu mesmo com o presente foram seus dois filhos, Artur e Lucas. Confira a seguir a entrevista realizada por e-mail com o jornalista:

Comunicação – Por que dentre os livros publicados escolher também o público infantil?

Flávio Paiva – Não foi bem uma escolha, foi o que costumo chamar de efeito da paternidade criadora. Escrevo e componho primeiramente para os meus filhos Lucas e Artur. Tenho uma satisfação muito grande de compartilhar com eles aspectos memoráveis da minha infância e da fantástica experiência de universo infantil que tenho vivido na companhia deles. Dessa situação fundamentalmente caseira, para chegar aos livros que, de forma caprichada, a Editora Cortez tem editado e que, de maneira afetuosa, crianças, pais e educadoras de todo o Brasil vêm acolhendo em suas brincadeiras de ler e cantar, é uma questão de amor transbordante.

C- Você também gosta muito de trabalhar com canções infantis, de onde surgiu a idéia de casar textos com cantigas?

F.P. – Por mim, todo o meu trabalho literário teria ilustrações sonoras. Isso não tem sido possível porque é muito caro produzir os cds que são encartados nos livros, com uma qualidade técnica e artística que respeite a quem chega para participar da história. E não procuro fazer esse tipo de associação apenas no caso de produção literária. Quando os meus pais fizeram 50 anos de casados, compus para eles uma Missa Sanfonada. Lembro que na ocasião a pessoa que cuidou do cerimonial ficou espantada porque eu havia combinado com os meus irmãos que a igreja não seria decorada com flores. Falei para ela que a ornamentação seria sonora. Deu trabalho para ela aceitar, mas, tenho certeza de que ela mudou de idéia na hora da celebração. Quando Andréa e eu casamos, também fiz a composição de uma música tema para a cerimônia da nossa união. Óbvio que quando os meninos nasceram, cada qual ganhou um disco de presente, com as nossas boas-vindas ao mundo.

C- O que achou da iniciativa das professoras do Colégio Santa Isabel em trabalhar com um projeto a partir de uma obra sua?

F.P. – Fiquei maravilhado com esse trabalho. Quando a professora Raquel me entregou o “Baú do Flor de Maravilha” e me mostrou os depoimentos das crianças, das mães, dos pais, muitos deles com a presença de primos, tias, avós e amigos, falei para ela que ações pedagógicas com esse alcance, com essa nítida manifestação de sensibilidade educativa, realimentam o meu otimismo de que, apesar da crise de significados que o mundo atravessa, temos muito o que oferecer aos nossos filhos e filhas. As anotações cuidadosamente trabalhadas com desenhos, bordados, flores artesanais, lantejoulas e fotos, feitas pelas famílias falam por si, dizem do quanto a leitura é encantadora, quando a meninada tem a oportunidade de pegar um livro para ler porque está com vontade de se encontrar em sua fantasia. O que o Colégio Santa Isabel está fazendo com o “Baú do Flor de Maravilha” é criando situações de vivências literárias, socializadas com brinquedos e músicas. Este sim, é um projeto criativo e eficaz de formação de leitores e de preparação para a dinâmica da vida em sua dimensão mais plena.

C- O que você e seus filhos acharam do baú com itens das histórias do livro Flor de Maravilha e dos depoimentos feitos pelos pais?

F.P. – Meus filhos amaram aquele bauzão cheio de brinquedos, envolto na atmosfera das histórias e das músicas que eles me inspiraram a escrever e a compor. Eles gostam dessas coisas que sugerem surpresas e lembranças boas. Cada um tem uma pequena de madeira decorada, que eles chamam de “maleta de objetos pessoais”, que ganharam de presente do nosso amigo Abidoral Jamacaru, um admirável compositor caririense. Percebo que, lembrando ou não do que guardam dentro delas, seus olhos brilham toda vez que as abrem. Imagine como não foi para eles abrir e escarafunchar o “Baú do Flor de Maravilha”. Este baú é uma metáfora do próprio livro/cd, uma metáfora que dá pra pegar, para sentir de perto. E isso é fabuloso.

C- Há projeto para novas publicações voltadas para esse público?

F.P.- Além do Flor de Maravilha, a Cortez já editou de minha autoria outros dois livros/cds, o Benedito Bacurau (O Pássaro que não nasceu de um ovo) e A Festa do Saci. Editou também o Titico Achou um Anzol (Aventuras com aves e animais da Caatinga) e o Fortaleza (De Dunas Andantes a Cidade Banhada de Sol). É o que temos feito. Não sei falar do que poderá surgir em termos de novas publicações, só sei dizer que na nossa casa a aventura continua.