STAR WARS – No campo de energia da vida
Artigo publicado na RIVISTA do MINO nº 167 (Editora Riso), págs. 26 e 28
Edição de fevereiro de 2016 – Fortaleza, Ceará, Brasil

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FAC-SÍMILE

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Dos seis episódios da saga cinematográfica Star Wars exibidos nos últimos 38 anos, eu tinha assistido uns dois. Com o lançamento de O Despertar da Força (2005) resolvi ir ao cinema mais uma vez a fim de ver a obra de George Lucas, agora dirigida por J. J. Abrams, para a Disney. A ideia de que a Força é um campo de energia constituído por todos os seres vivos, uma espécie de consciência de Deus, me atrai, embora o bom do filme mesmo sejam os seus atributos de entretenimento.

Em torno dessa obra de enredo voltado à guerra extragaláctica, foi criada toda uma onda de spoiler, com revelações sistemáticas a respeito de fatos relevantes da trama. Para começar, o episódio Uma Nova Esperança (1977), no qual os personagens são apresentados, é considerado o quarto na ordem da série, por ser o filme em que o vilão Darth Vader persegue a princesa Leia e ela esconde o plano de destruição da Estrela da Morte na memória do dróide R2-D2, que sai à procura do jedi Obi-Wan, ex-mestre de Vader; enfim, é nesse episódio que a Aliança Rebelde consegue destruir a estação espacial.

E quem está ligado no assunto sai contando partes da história e deixando cada vez mais confuso a quem, como eu, não passa do conhecimento básico. No vaivém de conversas em que andei me envolvendo, contaram-me que no episódio A Ameaça Fantasma (1999) o Obi-Wan tinha sido aprendiz do jedi Qui-Gon e que foi ele quem treinou o Anakin Skywalker, traíra da República, transformado no Darth Vader. O jedi, vale dizer aos mais desavisados, é um tipo de mestre do bem.

Nos episódios O Ataque dos Clones (2002) e A Vingança dos Sith (2005), o enredo gira em torno do Anakin. Ele casa e tem os filhos gêmeos Luke e Leia. Na busca por poder para proteger os filhos, entende que o lado mau da Força é mais poderoso e se alia aos Sith, ajudando a exterminar aprendizes do Templo Jedi. Duela com Obi-Wan e é mutilado, tendo seu corpo regenerado pelo Império Galáctico, que é quando nasce o Darth Vader.

Para ter um background melhor fui orientado a ver pelo menos os episódios IV (que é o primeiro filme, ao qual já me referi), V e VI. No quinto, O Império Contra Ataca (1980), a Aliança Rebelde tem sua base destruída pelo Império, numa batalha comandada por Vader. Luke Skywalter, que passa a ser treinado pelo Yoda, o top dos mestres jedi, luta com Darth Vader e perde a mão. É neste episódio que ele descobre ser filho de Vader, após ouvir a famosa frase: “Luke, eu sou seu pai”.

O sexto episódio, O Retorno do Jedi (1983), é marcado pela destruição da Estrela da Morte e consequente queda do Império. Luke entrega-se a Vader na tentativa de atraí-lo novamente para ser do bem, mas ao se recusar a integrar o lado escuro da Força é perseguido pelo imperador. Diante da situação, Darth Vader sai em defesa do filho e mata o imperador.

Fui sabendo dessas coisas até chegar o dia de assistir O Despertar da Força (2015), episódio em que o império ressurge com o nome de Primeira Ordem, na sua fúria pelo controle da galáxia. Para isso, precisa eliminar Luke Skywalter, o provável último remanescente do lado bom da Força, que está isolado em um planeta distante. A ação repete o uso de um dróide para ser o guardião de uma memória relevante, neste caso o BB-8, que guarda uma parte-chave do mapa que pode levar a Luke.

O bem da Força é incorporado no sétimo episódio por uma catadora de lixo, Rey, suposta filha de Luke, que recebe o poder, sem saber muito para quê. Ela acaba fazendo dupla com Finn, um desertor da Primeira Ordem, e interagindo com outros personagens típicos do cinema épico espacial, tais como o contrabandista Han Solo, capitão da nave Millenniun Falcon, e seu copiloto Chewbacca, a pirata Mas Kanata e o piloto Poe, líder da luta da Resistência.

Tendo ou não paciência para conhecer todos esses detalhes da ordem narrativa de Star Wars, O Despertar da Força vale a pena, repito, como entretenimento. É a qualidade da forma, do como é feito e do enredo que justifica as duas horas e dezesseis minutos que passamos diante da telona, na sala escura, em linha com o campo da energia da vida, no universo expandido.