O 13º Prêmio Literário Flávio Paiva, promovido pelo Espaço Cultural História Viva, incentiva a produção de textos entre os adolescentes do município de Independência, no interior do Ceará
Por Clara Menezes
Por que Independência, município do interior do Ceará, tem esse nome? Guiado pelo questionamento, o escritor Flávio Paiva viajou para algumas cidades e buscou registros bibliográficos. Ao publicar o livro “Toque de Avançar: Destino – Independência”, ele confirmou uma de suas hipóteses iniciais: a cidade tinha relação com os eventos que ocorreram às margens do riacho do Ipiranga, no dia 7 de setembro de 1822. O compilado de informações sobre o lugar levou os professores a introduzirem a obra para os estudantes. Agora, a temática do 13º Prêmio Literário Flávio Paiva também explora o conhecimento de histórias da região.
A partir do assunto “Histórias e Causos do Meu Lugar”, mais de 500 jovens inscreveram trabalhos nas categorias de crônica, conta, poesia ou literatura de cordel. “A ideia surgiu com a movimentação depois do livro, sobretudo dos educadores, para estimular a juventude a pensar sobre a história da cidade”, diz o autor homenageado com o nome da premiação.
O evento ocorre há 13 anos no município de Independência. “Já virou uma tradição, porque é um evento de 13 anos sem nunca ter sido interrompido. Fica todo mundo esperando o tema para sair em campo e produzir alguma coisa. No fim, sempre tem uma festa com shows e apresentações na estação de trem que está desativada. Mas, por conta da pandemia, isso foi restrito”, explica.
Os vencedores receberão um notebook, um tablet e um kindle para, respectivamente, o primeiro, o segundo e o terceiro lugar. Além disso, os dez melhores colocados terão seus textos publicados em formato de livro. A publicação, porém, ainda não tem previsão de lançamento.
“A mobilização instiga que esses estudantes pensem, pesquisem, escutem e depois tenham o exercício da escrita. A mobilização envolve os pais, as escolas, cria um burburinho acerca dessa situação. Apesar de ser um prêmio literário, que é muito importante, também tem essa movimentação na cidade”, afirma Flávio Paiva.
O evento, que surgiu há mais de uma década, é realizado pelo Espaço Cultural História Viva. Nesta edição, há uma parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) e o Núcleo Audiovisual Jaguaribe com o objetivo de avaliar as produções dos adolescentes.
“O espaço cultural foi criado por pessoas que estudaram fora de Independência e ficaram incomodados, quando voltaram, porque a cidade não tinha uma história. Todos eles são professores. Neste ano, existia uma grande oportunidade de ir além, para que esses textos pudessem voltar para as escolas e serem trabalhados no futuro”, avalia.
Os resultados serão divulgados no dia 18 de outubro, na mesma data em que será decidido se a solenidade de encerramento será on-line ou presencial. A entrega dos prêmios poderá ocorrer nas duas maneiras, a depender da situação da pandemia.
Fonte: Jornal O POVO