INVOCADO QUE SÓ
O Ceará é uma terra de gente que faz da música parte do seu jeito de ser e de tocar a vida. Nosso som tem vibração tapuia, cigana, árabe, portuguesa, francesa, espanhola, americana, holandesa, sírio-libanesa, japonesa e nunca para de se reinventar. É um som invocado de um povo invocado.
Invocado para nós é alguém inventivo, habilidoso, decidido, que resolve, que enfrenta adversidades de cabeça erguida, que vai além das expectativas. É também a pessoa que invoca o canto das musas para dar senso poético ao cotidiano.
A invocação cearense passa ainda pelo chamamento à ancestralidade e aí entram todos os compositores que ao longo do tempo vêm construindo a diversidade e a universalidade da música brasileira no Ceará, para que se façam sempre presentes às novas leituras de suas obras, às ressignificações e às novas criações.
Ao pensar sobre tudo isso ficamos invocados e resolvemos fazer uma nova parceria tendo como tema esse espírito inquietante tão presente na cearensidade. O resultado está no vídeo da nossa música “Invocado que só”, gravado pela banda Dona Zefinha no alpendre do Mini Museu Firmeza, sob o olhar invocado do artista plástico Estrigas.
É um clipe casual, que começa com a câmera invocada do Gustavo Portela fazendo uma reverência silenciosa aos florais da artista plástica Nice Firmeza (1921 – 2013) que, ao lado do Estrigas, construiu aquele ambiente cheio de símbolos de inquietude, escolhido por nós como fonte de imagens psíquicas da mente de um invocado.
Se você gostou, se ficou invocado também…
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Flávio Paiva e Orlângelo Leal