O Povo, Vida & Arte, 18/04/2004

Inaugurado oficialmente no dia 28 de abril de 1999, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura chega aos cinco anos como o principal equipamento cultural do Ceará. Entretanto, a crise econômica que afeta o setor também se reflete naquele espaço

(…)

O que eu quero para o Dragão

”O Dragão do Mar é o mais destacado equipamento público de catalisação da produção cultural no Ceará e isso torna inevitável a existência de um permanente compromisso educativo no subtexto das suas atividades. A oportunidade de acesso dos compositores, músicos e intérpretes ao público e vice-versa é um dos pontos mais relevantes para a música nesse caldo essencial. O Ceará tem uma riqueza musical oculta ou semi-exposta que é tão preciosa quanto a parcela que tem sido difundida. É, portanto, uma responsabilidade de todos os que acreditam nesse potencial trabalhar para que nos reconheçamos na nossa musicalidade. A promoção do diálogo da música com as demais artes e com todos os públicos produz afirmação e abre frentes de evolução ante a tendência mercadológica da arte despersonalizada. O Dragão do Mar deve ser visto sempre como um centro de transformação de expectativas em necessidades e de necessidades em práticas de convivência, debate cultural, lazer, conflito de expressões, convergência de interesses e acaloramento dos agentes culturais entre si e nas suas relações com a comunidade. Essa aproximação é fundamental a fim de que as pessoas se beneficiem intensamente desse espaço e, assim, possam crescer bem mais em percepção e possibilidades de geração de renovadas expectativas”. 

Flávio Paiva é jornalista e autor dos CDs Rolimã (1994), Terra do Nunca (1997), Samba-le-lê(1999) e Bamba-la-lão (2001).